19 de julho de 2009

afeto de plástico

sempre achei que demoro mais do que os outros para aprender . sempre convivi com essa sensação de atraso, desde a pré-escola . falo de coisas banais e essenciais para a sobrevivência: amarrar o cadarço dos sapatos, por exemplo . o mesmo com os afetos. quando criança, bem pequena, eu tinha um porquinho (não era da índia, nem de bandeira) de plástico amarelo, com o cabelinho cor de rosa, todo enroladinho . das memórias das fotos, me lembro de levá-lo para todos os lugares, sempre segurando pelo cabelo . inseparáveis . de repente, sumiu dos álbuns . fugiu da lembrança . escapou . foi trocado . esquecido . esses dias, encontrei-o . no fundo de uma caixa velha no armário . estava sujo, rachado: cabeça de um lado, corpinho do outro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário